Num post anterior definimos a computação física.
Na prática como se implementa? Existem no mercado várias famílias de módulos e boards que são uma excelente base de partida (e eventualmente de desenvolvimento) para a computação física.
Para quem quer começar com algum testes e experiências nesta área, e obter resultados realmente interessantes, tem que ter uma perceção: ainda que não sejam absolutamente essenciais, alguns conhecimentos de eletrónica e de programação ajudam bastante. Se não os tem, mesmo assim tente, desde que esteja disposto a aprender algo sobre estes temas!
Algumas plataformas de desenvolvimento são elas próprias didáticas e, portanto, uma excelente base para começar a explorar, sem necessidade de demasiado aprofundamento nos campos complementares, o mundo da computação física. Neste campo inclui-se a família de produtos (open source) Arduino, a familia de processadores Stamp (da Paralax, mas com amplo suporte de comunidades de utilizadores), a linha de produtos Phidgets ou mesmo a linha RaspberryPi.
Se não os tem, o Arduino, tal como o RaspberryPi, serão ambos uma boa base de experimentação e de aprendizagem. Enquanto o primeiro é simplesmente um microcontrolador num motherboard, o segundo é um computador de uso geral. Um microcontrolador é um computador simples, de uso especifico para controlar dispositivos electrónicos, de conceção muito simples, o qual pode correr um único programa num loop virtualmente eterno, destinado a tarefas muito específicas. Já um computador de uso geral, é um sistema mais elaborado, que pode incluir um sistema operativo genérico, como Linux e destinado a correr várias aplicações, não especificamente de controlo de dispositivos. No entanto o RaspberryPI é também muito bom a controlar dispositivos, pois inclui uma secção de microcontrolador na sua concepção. Porém, como computador de uso geral, ele é de uso mais complexo que um simples microcontrolador.
Por qual devo optar?
Haverá uma forma simples de decidir por uma ou outra plataforma? Sim, há: pense no que quer fazer! Se o seu objectivo envolve apenas o controlo de dispositivos fisicos, opte pelo Arduino. Se o seu objectivo envolve mais que controlar dispositivos fisicos, ou se a descrição que dele consegue fazer inclui vários items ligados por “e”, então definitivamente estamos a falar de um RaspberryPi. Se é perito em electrónica e quer desenhar o sistema à sua medida, então opte pelo Paralax Stamb, e conceba todo o sistema à sua volta, partindo do zero… mas nesse caso partirá um degrau abaixo: toda a electrónica deverá ser concebida por si.
Exemplo:
- “Quero monitorizar a humidade nas minhas plantas e receber um tweet quando necessitarem de água.” — nesse caso use um Arduino.
- “Quero monitorizar a humidade nas minhas plantas e receber um tweet quando necessitarem de água. e ainda verificar os dados meteorológicos e, se a previsão não incluir chuva, ligar o sistema de rega por 15 minutos, excepto nas plantas B e C, em que o sistema de rega deve ser ligado por dois periodos de 5 minutos, com intervalo de 1 hora; se a previsão incluir chuva, monitorizar durante 4 horas mais e se a humidade se mantiver baixa, proceder à rega. Registar a hora e os periodos de rega em log.” — Isto será defenitivamente trabalho para um Raspberry Pi.
Já temos o Arduino! Que fazer com ele agora?
Se você não tem um projecto específico, comece por se familiarizar com microcontrolador. Tente projectos simples com, por exemplo, um sensor e um actuador: sensor de luz, a ligar ou desligar um led, ou um sensor de movimento a ligar e desligar um motor. Depois passe para projectos mais elaborados e complexos; o número de sites com ideias para projectos mais amplos é enorme. Tente alguns da nossa pequena lista…
Links
Arduino – Home
Teach, Learn, and Make with Raspberry Pi
Phidgets Inc. – Products for USB Sensing and Control
BASIC Stamp – Parallax
Ideias
Os 20 Melhores Projetos Com Arduino Para Criar Em 2021 (flaviobabos.com.br)
710 ideias de Arduino | arduino, eletrônica, projetos arduino (pinterest.com)
Arquivo de Projetos – Arduino Portugal